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Coca-Cola, Pepsi e Nestlé são as maiores poluidoras de plástico do mundo

O relatório da Break Free From Plastic coletou resíduos em 55 países de forma a fazer um ranking das marcas que mais contribuem para este tipo de poluição.
A Break Free From Plastic(link is external) lançou na passada quarta-feira, através de uma conferência de imprensa virtual, um relatório(link is external) sobre as marcas que mais poluem com plástico. A sua conclusão é que Coca-Cola, PepsiCo e Nestlé são, pelo terceiro ano consecutivo, as maiores produtoras deste tipo de poluição.

A Break Free From Plastic, apresenta-se como um “um movimento global” que luta por “um futuro livre da poluição do plástico”, lançado em setembro de 2016 por mais de mais de 1.900 Organizações não-governamentais e indivíduos. Este estudo foi feito através da contagem e documentação da presença das várias marcas nos resíduos de plástico encontrados em 55 países. Ao todo, foram recolhidos 346,494 pedaços de plástico por cerca de 15 mil voluntários e em 63% delas foi identificada sem margem de erro a sua marca.

A Coca-Cola destaca-se de todas as outras: a sua marca foi encontrada em 13.834, mais do que a soma da PepsiCo, produtora da Pepsi, Doritos e Lay’s) encontrada em 5.155 pedaços e das várias marcas da Nestlé (como Nescafé, Nestea ou KitKat) identificadas em 8.633 bocados. Todas estas aumentaram os números encontrados em 2018. A Coca-Cola quase triplicou.

Abigail Aguilar, Coordenadora Regional da Campanha sobre Plásticos da Greenpeace no Sudeste Asiático, afirmou, a partir de Manila, que “não é surpreendente ver as mesmas grandes marcas no pódio como as maiores poluidoras de plástico do mundo por três anos consecutivos. Essas empresas afirmam que estão a lidar com a crise do plástico, mas continuam a investir em soluções falsas, ao mesmo tempo que se unem às empresas de petróleo para produzir ainda mais plástico. Para parar essa confusão e combater as mudanças climáticas, as multinacionais como Coca Cola, PepsiCo e Nestlé devem acabar com seu vício em embalagens plásticas de uso único e afastar-se dos combustíveis fósseis ”.

O movimento sublinha os “efeitos devastadores” que o plástico descartável tem. E não se esquece da situação altamente precária vivida pelos catadores de materiais recicláveis que são explorados pelas grandes empresas. Lakshmi Narayan, cofundador da SwaCH, uma cooperativa de Catadores de Pune, na Índia, denunciou, na mesma ocasião, o que se passa com estes trabalhadores: “as empresas dependem de trabalhadores informais para coletar as suas embalagens, o que lhes permite cumprir os compromissos de sustentabilidade e justificar o uso de grandes quantidades de embalagens plásticas descartáveis. No entanto, a mudança atual para embalagens plásticas de menor valor está ameaçando a subsistência dos catadores, que não podem revender esses itens de baixa qualidade. Os sistemas em que os catadores operam devem mudar.”

A Break Free From Plastic pretende que as multinacionais assumam “total responsabilidade pelo custo externalizado dos seus produtos plásticos de uso único, como os custos de coleta e tratamento de resíduos e os danos ambientais causados por eles” e defende a eliminação gradual de embalagens de uso único, devendo-se implementar sistemas de reutilização. E avisa que, se tudo continuar como está, “a produção de plástico poderá duplicar até 2030 e até triplicar até 2050”.

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