Hoje, cerca de 70 catadores de recicláveis trabalham de forma irregular em lixão
Divulgação
Uma alternativa ambientalmente correta para destinação de resíduos domésticos que vem para solucionar uma demanda que já se arrasta por anos, que pode beneficiar mais de um milhão de habitantes da Baixada Cuiabana. Esse é o principal impacto positivo da proposta de implantação do Aterro Sanitário privado apresentado pela Welfare Ambiental S/A., em uma audiência pública transmitida ao vivo nesta terça (26), pelo YouTube.
O evento contou também com a participação de representantes do FIEMT, CONSEMA, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Defensoria Pública e catadores de recicláveis de Várzea Grande.
A capacidade de processamento é de até mil toneladas de resíduos por dia e 30 mil toneladas mês, e poderá garantir que Várzea Grande se adeque ao Marco do Saneamento Básico, Lei 14.026, e à Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 12.305.
Atualmente, o município descarta 170 toneladas de resíduos em um lixão e cerca de 70 catadores de recicláveis trabalham de forma irregular no local.
A empresa já atua com este modelo de aterro sanitário em Campo Grande (MS), em Rondonópolis e mais recentemente na vizinha Tesouro, que passou a fazer o descarte de resíduos no mesmo local.
“Nos municípios onde já atuamos, a parceria com os municípios elevou a renda dos catadores de recicláveis de 400 por mês para mais de R$ 4 mil, além de dar mais segurança e conforto para essas populações vulneráveis”, destacou o economista Fernando Abrahão, representante da Welfare Ambiental.
Ele apontou ainda outros benefícios como a melhoria da qualidade de vida da população e a possibilidade de emancipação econômica dos catadores, com maior segurança e dignidade para trabalhar.
A defensora pública e coordenadora do Gaedic/Catadores, Carolina Weitkiewic, demonstrou preocupação com a atividade dos catadores que, segundo ela, poderiam ficar sem fonte de renda com o fechamento do lixão. “Entendemos que estão imbuídos de boa vontade, mas queremos que abram as portas aos catadores, queremos o reconhecimento do serviço público que eles já prestam”, declarou.
Valquiria Pereira de Barros, representante do Movimento Nacional dos Catadores, reforçou. “Nós queremos a sobrevivência da categoria, para nos sentirmos incluídos, nossa voz tem que ser escutada”, disse, explicando que somente em Várzea Grande existem quatro associações de catadores.
Em concordância, Fernando Abrahão explicou ainda que o aterro sanitário é apenas a ponta final, para onde devem ir somente os resíduos que não são recicláveis ou compostáveis. “A coleta seletiva é a alternativa mais adequada e precisa ser introduzida pelo poder público com o apoio da sociedade civil organizada em Várzea Grande e em outras cidades, é uma responsabilidade que está além da iniciativa privada”, destacou.
De forma voluntária, foi incluído pela Welfare Ambiental no Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (Eia-Rima) o compromisso de construir um barracão de mil metros quadrados em um local a ser definido pelo poder público municipal, para que possa ser feita a triagem dos resíduos da coleta seletiva pelos trabalhadores que hoje atuam no lixão.
Além disso, estão previstas medidas preventivas e de mitigação como um programa de Educação Ambiental, monitoramento da qualidade do solo, das águas superficiais e subterrâneas, além da recomposição das áreas afetadas pelas obras.
Sugestões
Além das contribuições feitas pelos participantes durante a audiência pública, os interessados possuem 60 dias para fazer sugestões de melhoria ao projeto pelo WhatsApp (11) 95202-9729 ou E-mail: contato@welfare.eco.br. Todos os encaminhamentos serão respondidos pela equipe do empreendimento ou da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). (Fonte: Mídia News)