Tiago Teste

Cooperativas buscam opções para driblar problemas na coleta seletiva

Fundamental para o sustento de dezenas de famílias, a coleta seletiva é alvo de críticas por parte das quatro cooperativas que recebem o material reciclável da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb). Os cinco caminhões utilizados para a execução do serviço, segundo as entidades, são insuficientes para atender toda a cidade. Para piorar, quatro veículos quebraram nesta semana e as cooperativas passaram a se virar sozinhas. Caminhões próprios, Kombi e até bicicletas adaptadas estão entre as saídas encontradas para garantir a sobrevivência dos cooperados.

Presidente da Cooperativa Ecologicamente Correta de Materiais Recicláveis (Coopeco) e da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis (Ascam), Gisele Moretti afirma que falta material reciclável para as cooperativas trabalharem. “Antes da pandemia do novo coronavírus, a Coopeco costumava receber 80 toneladas por mês e, do início de março até hoje (ontem), a Emdurb havia entregue somente 8 toneladas, 90% a menos do que a quantidade usual”, revela.

Para Gisele, o número de caminhões que a Emdurb utiliza é insuficiente para dar conta de toda a demanda da cidade. O problema, ainda segundo ela, se agravou com a quarentena, que fez com que muitos perdessem o emprego e resolvessem se tornar atravessadores de materiais recicláveis.

Caminhões quebrados

De acordo com a presidente da Coopeco, a cooperativa ficou dois dias sem receber qualquer material por parte da Emdurb. Ao contatar a empresa, Gisele teria sido informada que os dois caminhões da coleta seletiva estavam quebrados.

Na quinta-feira (18), a Coopeco tornou a receber os recicláveis. “Mesmo assim, nós colocamos os nossos dois caminhões velhos nas ruas, porque a quantidade de material é insuficiente para garantir o sustento das famílias dos cooperados da entidade”, observa.

Depois, ela pretende utilizar as três bicicletas adaptadas que ganhou da Ascam. “A Emdurb tem poucos caminhões e a disputa com os atravessadores está cada vez mais acirrada. Tanto que, antes da pandemia, nós recebíamos 1,8 tonelada de recicláveis por dia e, agora, o número caiu para 600 quilos”, constata.

A Coopeco, a Cooperbau e a Eco Recicla cuidam da gestão dos Ecopontos de Bauru, mas a Cootramat depende tão somente da coleta seletiva feita pela Emdurb.

Outro lado

Questionada, a assessoria de comunicação da Emdurb pontua que “a empresa está empenhada em realizar o conserto dos caminhões e colocar para rodar o quanto antes”.

Dois veículos, por fim, tiveram os seus motores fundidos e deverão ficar prontos só no início de abril. Enquanto isso, a Emdurb descarta a locação ou compra de outros caminhões, “tendo em vista não haver dotação orçamentária”. (Fonte:  JCNET)

 

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