Em casa ou nas empresas, cuidados com a saúde mental e prevenção ao suicídio devem ocorrer o ano todo

Desde 2014 a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), realiza no Brasil a campanha Setembro Amarelo com o objetivo de trazer informações atualizadas sobre suicídio para conscientizar a sociedade e colaborar para a prevenção do suicídio no país. A iniciativa chega em seu nono ano com o tema “Se precisar, peça ajuda”.

Movimentos como o Setembro Amarelo são um passo para dar luz a importância da saúde mental, buscando criar espaços seguros para diálogos e reduzir os estigmas associados. Esse esforço coletivo tem potencial para reverter algumas das estatísticas alarmantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o tema.

Segundo a organização são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de 1 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia. Entre 2010 e 2019, ocorreram no Brasil 112.230 mil mortes por suicídio. Houve um aumento de 43% nos casos registrados.

Entre os jovens os dados são ainda mais preocupantes. Na faixa etária de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa de morte, ficando atrás apenas de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. A idade média das pessoas que cometem suicídio está cada vez menor.

Embora os números estejam diminuindo em todo o mundo, como nos países da Europa, por exemplo, estudos recentes observaram um aumento das taxas de suicídio em países de média e baixa renda, especialmente nas regiões do Leste Asiático, da América Central e da América do Sul. Portanto, disseminar conteúdos orientativos para toda população é imprescindível para ajudar a diminuir esses números.

Setembro Amarelo nas empresas

Quando falamos sobre Setembro Amarelo nas empresas, a importância se multiplica ao considerarmos o impacto que o ambiente de trabalho tem na saúde mental dos colaboradores.

Em ambientes de alta pressão, prazos apertados e expectativas elevadas, a mente dos colaboradores pode ser profundamente afetada. Por isso, é essencial focar nos cuidados com os colaboradores para promover o bem-estar e a qualidade de vida no espaço corporativo. Somente com a saúde mental em dia os trabalhadores podem realizar suas demandas com eficiência, motivação e engajamento.

Criar um ambiente corporativo feliz e saudável é uma tarefa desafiadora para todo profissional de gestão de pessoas. Por isso, promover o engajamento nas equipes, socialização entre os colaboradores e implementar a cultura do feedback pode auxiliar na gestão de conflitos. Os feedbacks existem para ajudar o desenvolvimento e crescimento dos membros da equipe, além de abrir espaço para ouvir o que cada um tem a dizer.

Quem trabalha com gestão de pessoas deve se preparar para perceber cedo indícios de declínio na saúde mental dos colaboradores. Assim, é preciso conversar com eles e treinar os líderes das equipes para fazerem o mesmo, a fim de identificar fatores de risco ao suicídio.

Como o objetivo é agir para salvar vidas, é preciso buscar maneiras de abordar os colaboradores sobre esse assunto. Existem abordagens indiretas, como ações de conscientização por meio de campanhas, benefícios de bem-estar, programas de saúde mental com especialistas da área médica, entre outros. E há, também, formas mais diretas, como conversas amigáveis entre líderes e colaboradores ou a aplicação de um questionário de saúde mental no trabalho, por exemplo.

Vale lembrar que a garantia à saúde de qualidade e ao bem-estar, para todos e em qualquer idade, é o terceiro entre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), preconizados pela ONU em 2015. Logo, ao se dedicar a esta pauta, as empresas estarão também consolidando o pilar social da agenda ESG, uma abordagem que visa incorporar considerações sociais e ambientais na estratégia corporativa, além de estabelecer uma governança eficiente.

Ao contrário do conceito anterior de responsabilidade social, que não necessariamente exigia uma integração estratégica, a agenda ESG demanda que o social e o ambiental sejam elementos fundamentais para a sobrevivência e o sucesso de uma empresa em longo prazo.

Se precisar, peça ajuda!

Todos nós devemos atuar ativamente na conscientização da importância que a vida tem e ajudar na prevenção do suicídio, tema que ainda é visto como tabu. É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise busquem ajuda e entendam que a vida sempre vai ser a melhor escolha.

Quando uma pessoa decide terminar com a sua vida, os seus pensamentos, sentimentos e ações apresentam-se muito restritivos, ou seja, ela pensa constantemente sobre o suicídio e é incapaz de perceber outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema. Essas pessoas pensam rigidamente pela distorção que o sofrimento emocional impõe.

Se informar para aprender e ajudar o próximo é a melhor saída para lutar contra esse problema tão grave. É muito importante que as pessoas próximas saibam identificar que alguém está́ pensando em se matar e a ajude, tendo uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrar que está́ disponível para ajudar e demonstrar empatia, mas principalmente levando-a ao médico psiquiatra, que vai saber como manejar a situação e salvar esse paciente.

E então, vamos falar mais sobre isso? Participe divulgando a campanha entre amigos e colaboradores e ajude a salvar vidas!

A página setembroamarelo.com oferece um vasto material de apoio, como vídeos, manuais e cartilhas.

Já a Feedz, uma plataforma de gestão de pessoas, disponibiliza gratuitamente um Questionário de Saúde Mental no Trabalho.

*Com informações de Setembro Amarelo, Feedz, Zenklub

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