A multinacional norte-americana de produtos de higiene pessoal Kimberly-Clark, por meio da sua marca Huggies e em parceria com a empresa especializada em economia circular Boomera, desenvolveu o Programa Minha Primeira Reciclagem, uma iniciativa de reciclagem de fraldas descartáveis, além da conscientização de pais, alunos e escolas e a comunidade sobre a importância da preservação do meio ambiente.
No programa, as fraldas utilizadas nas escolas são coletadas, recicladas e transformadas em matéria-prima para novos produtos. As escolas participantes do programa, recebem treinamento sobre o impacto ambiental e a correta conscientização de uso, armazenamento e destinação das fraldas.
O programa terá início apenas em escolas na região metropolitana de São Paulo, em fase piloto, para que aprendizados e ajustes possam ser posteriormente implementados, além de estudos no sentido de entender a viabilidade de escalar o projeto.
O Programa Minha Primeira Reciclagem pode reciclar em torno de 100 toneladas no primeiro ano. Essa fase piloto ajudará a coletar todos os aprendizados da experiência e, a partir dos resultados, formatar um plano para sua expansão.
“A jornada de sustentabilidade da Kimberly-Clark está presente em várias etapas da cadeia produtiva dos nossos produtos, desde a matéria-prima utilizada, até práticas adotadas na linha de produção e logística. Com o programa piloto Minha Primeira Reciclagem nós estamos ampliando essa atuação”, diz Andrea Rolim, presidente da Kimberly-Clark no Brasil.
Esse é mais um passo na jornada de Kimberly-Clark, que tem como um dos objetivos a redução do uso de plástico em 50% até 2030. Para isso, a companhia segue desenvolvendo soluções focadas em materiais renováveis e, em economia circular.
“Em 2020, nós conquistamos o marco de aterro zero em todas as fábricas brasileiras, o que significa que nenhum excedente de produção é descartado em aterros sanitários. De polímeros à matéria orgânica gerada nos restaurantes das fábricas, tudo é reaproveitado e nada vai para o lixo”, diz Rolim.
Para chegar ao Programa Minha Primeira Reciclagem, as empresas envolvidas no processo realizaram pesquisas e ouviram pais de crianças em um levantamento realizado com o Instituto IPSOS, que revelou uma preocupação das famílias com as questões que envolvem o meio ambiente. O fator praticidade também apareceu como um estímulo para o engajamento em iniciativas que visam contribuir para a preservação do nosso ecossistema.
“A Boomera apoia parceiros em projetos e produtos que gerem impactos socioambientais positivos. A parceria entre a Boomera e a Kimberly-Clark possibilitou a criação de um novo ciclo de vida para um produto que não estava inserido na cadeia circular, desenvolvendo uma tecnologia para transformar o resíduo em matéria-prima para novos produtos”, afirma Guilherme Brammer, CEO e Fundador da Boomera.
Impactos
Popularizadas desde os anos 1990 no Brasil, as fraldas descartáveis foram vistas por muito tempo como uma evolução das versões de pano. Porém, somadas aos produtos de higiene feminina e de incontinência para adultos representam um grande problema para o meio ambiente.
Podendo levar até mais de 450 anos para se decompor, as fraldas utilizam derivados de petróleo e celulose de árvores de monocultura, entre outros componentes que podem ser prejudiciais tanto para o bebê quanto para o meio ambiente. Além disso, essas fraldas são utilizadas em grande quantidade. Dependendo da fase, uma criança pequena pode usar de cinco a oito fraldas por dia. Em média, seis mil fraldas são utilizadas e descartadas nos três primeiros anos de vida de um bebê.
De modo geral, a composição de uma fralda descartável pode ser de aproximadamente 43% de polpa de celulose (celulose fluff), 27% de polímero superabsorvente (PSA), 10% de polipropileno (PP), 13% de polietileno (PE), e 7% de fitas, elásticos e adesivos. Tendo para isso, em sua fabricação, a utilização de recursos como árvores, petróleo, água e produtos químicos.