O isopor foi incluído na lista de resíduos que podem ser disponibilizados para a coleta seletiva em Belo Horizonte (MG). A iniciativa traz ganhos ambientais, evitando que o produto vá para o aterro sanitário; e sociais, com a geração de renda para as cooperativas de catadores. A inclusão do isopor na coleta seletiva foi possível graças ao surgimento de mercado para o produto. “Conseguimos um comprador do material aqui em Belo Horizonte, que fabrica placas, a partir, principalmente do isopor branco”, explica Ivaneide da Silva Souza, do Conselho Administrativo da Cooperativa dos Trabalhadores com Materiais Recicláveis da Pampulha Ltda (Coomarp).
Atualmente, Belo Horizonte conta com duas modalidades de coleta seletiva: ponto a ponto e porta a porta. Na coleta seletiva porta a porta os materiais recicláveis papel, metal, plástico, vidro e, agora o isopor, devem ser separados pelos moradores e colocados na calçada para serem coletados. É realizada uma vez por semana. Os materiais devem ser acondicionados juntos em sacos plásticos, de preferência transparentes, e dispostos no passeio, em frente ao local da coleta, entre 7h e 8h.
Já na coleta seletiva ponto a ponto a população separa os recicláveis em sua residência ou no local de trabalho e os deposita em contêineres instalados pela Prefeitura.
Desde setembro de 2019, a coleta seletiva porta a porta passou a ser feita por seis associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis, credenciadas pela SLU em chamamento público. Elas foram contratadas pela SLU e são remuneradas pela autarquia, que também cedeu seis caminhões compactadores para a atividade. A SLU continua sendo responsável pelo planejamento e fiscalização do serviço.
A coleta seletiva ponto a ponto em Belo Horizonte também vem ganhando um reforço com a substituição dos atuais Locais de Entrega Voluntária (LEVs) pelos Pontos Verdes. Cada Ponto Verde é composto por no mínimo dois contêineres, um para vidro e outro para os demais materiais. O recolhimento dos recicláveis nos Pontos Verdes é feito pela SLU de forma automatizada, por caminhões coletores de carga lateral.
A coleta seletiva em Belo Horizonte abrange todo o território da cidade. Todas as regionais da cidade contam pelo menos com a coleta seletiva ponto a ponto. Atualmente são 40 Pontos Verdes e 24 LEVs em Belo Horizonte. Os endereços podem ser consultados em pbh.gov.br/reciclagem. Já a coleta seletiva porta a porta é feita uma vez por semana, de segunda a sábado, em 47 bairros da capital.
Em 2020, a SLU destinou 4.451,81 toneladas de papel, metal, vidro e plástico para as cooperativas de reciclagem. Em 2021, de janeiro a setembro, já foram destinadas 4.832 toneladas. De acordo com a chefe do Departamento de Políticas Sociais e Mobilização da SLU, Ana Paula Assunção, todo esse material é doado para as associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis, que comercializam o material. “Além disso, a SLU também providencia estruturas (aluguel, construção, reforma de galpões), para a triagem de recicláveis, e paga despesas como o aluguel”, acrescenta.
São seis as entidades beneficiadas: Asmare (Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável), Associrecicle (Associação dos Recicladores de Belo Horizonte), Coomarp (Cooperativa dos Trabalhadores com materiais Recicláveis da Pampulha Ltda), Coopemar (Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis da Região Oeste de BH), Coopesol (Cooperativa Solidária de Trabalhadores e Grupos Produtivos da Região Leste) e Coopersoli (Cooperativa Solidária dos Recicladores e Grupos Produtivos do Barreiro e Região).
O que pode e o que não pode ser separado para a reciclagem
– Papel: Jornais, revistas, papelão, embalagens longa vida, impressos em geral, cadernos e livros.
Não pode: papel higiênico, guardanapos, fitas e etiquetas adesivas, fotografias e papéis plastificados.
– Metal: Latas de alumínio ou de ferro, clipes, papel alumínio e grampos para papel ou para cabelo.
Não pode: embalagens de marmitex, esponjas de aço, pilhas, baterias e eletroeletrônicos.
– Plástico: Sacolas, garrafas PET, embalagens em geral, copos descartáveis e canos de PVC.
Não pode: embalagens de balas e de doces, embalagens de produtos tóxicos.
– Vidro: Garrafas, embalagens em geral, potes, copos, vidros planos e lisos.
Não pode: espelhos, cerâmica, tubos de TV ou monitores, vidros temperados, lâmpadas de LED e fluorescentes.
– Isopor: bandejas de alimentos (limpas), embalagens, peças de isopor em geral.
Dicas importantes para praticar a coleta seletiva
– Observe que, nos Pontos Verdes da Prefeitura, há um coletor exclusivo para vidro e outro para papel, metal e plástico. Use-os corretamente.
– Preserve os equipamentos da coleta seletiva ponto a ponto da cidade.
– Nunca misture o lixo domiciliar ao reciclável.
– Não coloque resíduos orgânicos e não recicláveis próximos ao coletor.
– Ponha o lixo comum na calçada de sua residência ou de seu comércio, bem-acondicionado, somente nos dias e horários de recolhimento.
– Não jogue entulho no Ponto Verde. Móveis velhos, restos de obras, pneus, poda e outros resíduos volumosos não tóxicos devem ser levados para uma Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes (URPV). Veja os endereços em pbh.gov.br/urpvs.
– Por causa da pandemia da Covid-19, higienize os materiais em casa.
– Descarte os resíduos recicláveis somente dentro do equipamento coletor.
– Não deposite nos equipamentos coletores materiais tóxicos e infectantes, resíduos de saúde e orgânicos. Cuide da limpeza do local.
– Todos os materiais que são dispostos para a coleta seletiva devem estar limpos e secos para não provocarem mau cheiro nem atraírem animais.
– O vidro, mesmo intacto, deve ser embalado e as latas devem ter suas tampas pressionadas para dentro, a fim de evitar acidentes.