Divulgação/ONU Meio Ambiente

Países concordam com novo acordo global para conter poluição por plástico

A torneira que jorra milhões de toneladas de plástico todos os anos sobre o planeta será finalmente fechada. Pelo menos é o que preconiza a resolução histórica adotada nesta quarta-feira (2) por representantes de 175 estados-membros que participaram da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA-5), sediada virtualmente em Nairóbi, no Quênia.

O tratado – considerado o acordo ambiental multilateral mais importante desde o Acordo de Paris – será histórico por prever mais do que simplesmente enxugar gelo no tratamento de consequências e não das causas da poluição por plásticos no mundo, segundo comenta o Guardian.

Os líderes mundiais se comprometeram a elaborar um tratado “juridicamente vinculante” sobre os plásticos dentro de dois anos, cobrindo o ciclo de vida completo, desde a produção, passando pelo design de embalagens e indo até o descarte final.

Estima-se terem sido produzidas 9,2 bilhões de toneladas de plástico entre 1950 e 2017. Cerca de 75% desses resíduos são depositados em aterros ou se acumulam em ambientes e ecossistemas terrestres e aquáticos. Agora, deixarão de ser considerados lixo e passarão a ser tratados como resíduos, que devem ser reciclados e reincorporados na cadeia produtiva.

Embora o tratado tenha dois anos para ser elaborado, os envolvidos vão arregaçar as mangas desde já para trabalhar no recém-criado Comitê Intergovernamental de Negociação. Vão precisar suar a camisa, porque a batalha não será fácil. O Financial Times já adiantou que os fabricantes de produtos químicos e plásticos já estão mexendo os pauzinhos e fortalecendo o lobby na tentativa de enfraquecer o acordo multilateral.

Olhando para a metade cheia do copo (de vidro), a outra boa notícia é que, finalmente, os catadores de recicláveis passarão a ser reconhecidos internacionalmente por seu importante papel nas coleta e reciclagem desses materiais. “A poluição plástica se tornou uma epidemia. Com a resolução de hoje, estamos oficialmente no caminho da cura”, disse Espen Barth Eide, presidente da UNEA-5 e ministro do clima e meio ambiente da Noruega. A resolução foi destacada também na Bloomberg, na Reuters (aqui e aqui) e no Washington Post. (Fonte: ClimaInfo)

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