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Pode faltar garrafas de vidro para a indústria de bebidas a partir de 2025

O acesso às garrafas de vidro pode ser um dos desafios da indústria de bebidas a partir de 2025. O alerta é de um estudo setorial sobre os desafios enfrentados pela cadeia de abastecimento do setor de bebidas alcoólicas, realizado pela Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), em parceria com a KPMG.

Entre os desafios identificados pelos players do setor estão a escassez de vasilhames de vidro, o aumento dos custos dos insumos agrícolas e a demora na entrega de equipamentos. O estudo, intitulado Desafios da Cadeia de Abastecimentos da Indústria de Bebidas Alcoólicas, destaca a dependência do setor de insumos e maquinário importado, bem como a complexidade logística internacional e a burocracia nos processos aduaneiros.

As empresas associadas à Abrabe produzem diversas categorias de bebidas alcoólicas, representando 29% do volume comercializado no país e gerando uma receita bruta de R$ 37,7 bilhões. No entanto, a escassez de vasilhames de vidro é uma preocupação comum entre elas, pois o vidro é o principal insumo para o setor, respondendo por mais de 90% das embalagens de cada categoria.

Apesar do aumento de 12% no volume de vendas de bebidas alcoólicas em 2020 e 2021, a produção de vasilhames de vidro no Brasil caiu 5% em 2020, segundo dados do IBGE. Isso tem pressionado o setor com a possibilidade de desabastecimento.

O levantamento foi feito a partir da análise de dados disponibilizados pelas principais empresas do mercado, associadas à Abrabe. Para os próximos três anos, os fornecedores pretendem investir na produção de vasilhames para atender a demanda e acompanhar o crescimento da indústria de bebidas. A estimativa é de que a produção brasileira de vasilhames chegue a quase 9,5 bilhões em 2025, representando um crescimento de 22,5% em relação a 2019.

Cristiane Foja, presidente-executiva da Abrabe, destaca a importância de uma abordagem estratégica e proativa na superação dos desafios da cadeia de suprimentos, com a adoção de medidas preventivas e o uso de tecnologias para melhorar a eficiência e a resiliência da cadeia de abastecimento.

“Por um lado, o mercado de bebidas alcoólicas cresce mundialmente e está em plena transformação nos hábitos de consumo, e por outro, a indústria encontra desafios complexos como a falta de insumos e vasilhames, inflação alta, crises climáticas e aumentos expressivos de estoques e custos logísticos. O planejamento em longo prazo e o pensamento inovador e tecnológico são requisitos essenciais para o setor continuar crescendo de maneira sustentável”, diz Thaís Balbi, sócia de estratégia da KPMG.

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